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A música conecta

Lowception impressiona por sua maturidade musical

Por Alan Medeiros em Troally 17.06.2015

Ele é jovem sim, mas leva um som incrivelmente maduro pelas pistas que passa. Arthur Erpen é o nome por trás de Lowception. Nem sempre foi assim, na verdade, o projeto começou como uma dupla mas os ventos sopraram para lados diferentes e acabaram interrompendo a parceria de Thomas e Arthur em cima dos palcos. Enquanto Thomas optou por uma nova vida profissional morando no Chile, Arthur seguiu firme sua carreira na música eletrônica, que não se restringe aos decks. Ele também é responsável pela curadoria artística da festa Injeção Eletrônica, festival que nasceu dentro da UFSC e em sua última edição reuniu mais de 6 mil pessoas no Music Park BC. Fomos trocar uma ideia com Arthur que acabou de voltar de uma importante tour em São Paulo, de quebra ele nos entregou um set lindo, cheio de sentimento. A música conecta as pessoas!

1 – Olá, Arthur. Muito obrigado por falar conosco. Vamos começar falando sobre suas influências. Qual papel as cenas Techno e House exerceram em sua formação como artista?

As cenas Techno e House, principalmente locais, exerceram um forte papel na minha formação. Comecei a frequentar festas de música eletrônica com 16 anos. Eu já era músico, e tinha muito interesse em entender o papel e trabalho do DJ, o que me motivou a estudar e pesquisar mais sobre música eletrônica.

Nessas festas obtive minhas primeiras referências musicais, e, com muita pesquisa, fui amadurecendo meu som e moldando a identidade que tenho hoje.

2 – Como foi o processo de mudança do Lowception, onde você tocava com o Thomas e passou a se apresentar sozinho? O que mais mudou nesse período?

Há algum tempo o Thomas já não tinha o mesmo interesse que o motivou a começar a tocar, queria viajar para fora do país e talvez dar um tempo de música eletrônica. Rolou uma oportunidade de ele morar e trabalhar no Chile, ele aceitou, e decidimos nos separar. O processo foi tranquilo, já que a saída dele já era planejada.

Com a saída dele, acredito que a identidade musical do projeto tenha amadurecido, já que antes era necessário balancear nossos gostos pessoais, que em alguns pontos eram distintos. Também estou mais focado do que nunca no crescimento da minha carreira.

3 – Recentemente tivemos o Injeção Eletrônica em Floripa. Um festival de música eletrônica que nasceu de uma festa universitária e reuniu incríveis 6 mil pessoas em uma noite de open bar no Music Park. Como é o seu trabalho junto a marca? Quais as principais dificuldades que vocês enfrentam?

Após tocar na primeira edição do festival, fui convidado a ser DJ residente e um dos organizadores da festa, para atuar na curadoria da pista de House e Techno, e no desenvolvimento de estratégias de marketing.

Dentro da minha área de atuação como curador, a dificuldade está em balancear o line up entre aquilo que é conceitual com aquilo que é vendável. Já que não há lucro com a venda de bebidas, e o open bar tem um custo relativamente alto, uma dificuldade geral é manter o baixo valor do ingresso e mesmo assim ter boas atrações e qualidade na estrutura do evento.

4 – Percebemos que 2015 tem sido um ano especial em Floripa para a cena eletrônica. Embora o cenário nacional seja de crise, existem inúmeras festas de porte menor acontecendo e levando gente com interesse na música para as pistas. O público e os artistas cansaram de ser refém das grandes marcas?

O público está cada vez mais maduro e interessado em conhecer festas independentes. Boa parte do público também não possui condições financeiras para pagar mais de 50 ou 100 reais em um ingresso de festa, os núcleos locais exercem um papel fundamental em possibilitar o acesso à cultura para essas pessoas.

Para os artistas, isso é ótimo também, pois o espaço na cena independente costuma ser mais aberto do que nos clubes e festas grandes. Isso dá oportunidade para novos artistas crescerem e se destacarem no mercado.

5 – Para encerrar. Vamos falar um pouco mais sobre seu mini tour em SP, como foi tocar pela primeira vez na capital paulista?

Foi uma experiência incrível. São Paulo foi o berço da música eletrônica no Brasil, e, por conta disso, nota-se que o público de lá é muito maduro. Tive oportunidade de tocar em três festas muito especiais: a Festa Festa, que rola tradicionalmente na Trackers a 4 anos, a Clan.dancestina, e a Dûsk.

Foi tão bom que já marquei minha volta à cidade. Em julho estarei tocando de novo por lá, durante dois ou três finais de semana. Já tenho duas gigs confirmadas, e algumas outras encaminhadas. Meu objetivo é estar viajando para tocar em São Paulo de três a quatro vezes por ano.

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