A faixa BR-3, de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, com interpretação de Tony Tornado, é uma das composições mais emblemáticas da música brasileira. Apontada como um dos ícones da black music nacional, a faixa foi vencedora da sexta edição do Festival Internacional da Canção, realizado em 1970 e também deu nome ao primeiro álbum da carreira de Tony Tornado, que acaba de ser relançado em vinil pela Polysom, em parceria com a Universal Music.
Nascido Antonio Viana Gomes, Tony, que inicialmente era Toni e só depois adotou o ‘y’ no lugar do ‘i’, saiu de sua casa em São Paulo com apenas 11 anos de idade para tentar a vida no Rio de Janeiro. Em solo carioca, desempenhou todo tipo de atividade profissional até sua mudança para o bairro do Harlem, em Nova Iorque, em meados da década de 60, onde teve contato com as esferas musicais do soul e do funk, expressões máximas das lutas sociais que a população negra da época defendiam.
+++ O surgimento do manguebeat com Chico Science & Nação Zumbi.
De volta ao Rio e tomado pela influência musical que recebera durante sua temporada nos Estados Unidos, o artista começou a se apresentar como Crooner de boates, função que lhe garantiu ser descoberto pelos compositores de BR-3 e o posterior convite para interpretar a faixa que marcaria o início do sucesso de sua carreira artística.
Assim como o próprio Tony Tornado, seu álbum de estreia também é marcado pelas referências dos ritmos que deram voz à cultura negra em uma época onde a opressão tomava conta. BR-3 é composto por 12 faixas, entre elas Me Libertei e O Jornaleiro, que entraram para a lista de clássicos da música brasileira. O relançamento da obra é uma edição limitada e faz parte da coleção Clássicos em Vinil da Polysom, que resgata os álbuns mais marcantes da história para a alegria dos amantes de vinil.
A música conecta.