Quantas vezes você já ouviu uma música e ficou tão impressionado com seus efeitos que nem mesmo conseguiu descrevê-la? É, tem vezes que as palavras não são suficientes e o melhor para entender uma música é simplesmente ouvi-la. A Words Not Enough, gravadora comandada por Edu Schwartz e AWKA, chega em breve às plataformas digitais envolta por este conceito, com o objetivo de trazer tons leves e amorosos em seus lançamentos. O EP de estreia do selo está marcado para dia 14 de agosto, assinado por Valdovinos. Os headlabels contaram mais detalhes sobre este novo projeto.
+++ Valdovinos também foi uma aposta da All Day I Dream
Edu, Diego! Tudo bem? Antes de falarmos sobre a gravadora, vamos falar rapidamente sobre vocês. Quando cada um começou a carreira na música?
Edu Schwartz: Tudo ótimo. Já me apresento como DJ desde 2005 e recentemente tenho me aprofundado na produção musical com alguns lançamentos bem legais por vir.
AWKA: Eu comecei a minha jornada por volta dos 16 anos, quando ganhei de aniversário uma controladora. Antes disso já flertava com alguns estilos da música eletrônica como Psytrance e o ElectroHouse.
A linha sonora que vocês adotaram conversa bastante com o Deep House e o momento de warm up. É o estilo que ambos se sentem mais à vontade? Quais as principais referências musicais de cada um?
Depois de experimentar diversas vertentes finalmente encontramos a nossa verdadeira paixão. Nossas influências atuais, em sua grande maioria, possuem texturas orgânicas que passeiam entre Desert Sounds e Dreamie Deep House. Como warm up é a nossa hora preferida da noite pra tocar, somos muito ecléticos porque a preparação de uma pista varia de acordo com o próximo DJ. Gostamos de montar um repertório especial em cada ocasião para que o set se conecte com o próximo artista e que ele possa entrar da maneira mais a vontade possível.
Agora, falando um pouco da Words Not Enough. Quando foi que surgiu a ideia de criar uma gravadora e como foi o processo de lapidação do conceito?
Em uma conversa com o nosso amigo Leo Janeiro, durante o início desse período crítico da pandemia, surgiu a ideia de potencializar nosso envolvimento com a cena. Começamos então a correr atrás de referências e entender melhor o mercado das gravadoras, tirando rapidamente o projeto do papel e o colocando em vida.
Como é feita a curadoria dos artistas que vão lançar no label?
Nosso intuito é dar visibilidade a novos talentos que enxergamos como potencial na cena, tanto brasileiros quanto estrangeiros, de forma que tenhamos em nossos showcases artistas com quem nos identificamos.
Então a identidade do selo tem uma relação muito próxima com a natureza, o orgânico, certo? Quais estilos podem ser considerados como pilares da WNE e que outras características vocês buscarão trazer através dos lançamentos?
Não procuramos nos ater propriamente a estilos específicos; buscamos sons únicos e principalmente que caibam em nossos sets. Nosso olhar vai além do fonograma em si, gostamos do envolvimento do artista com o label.
O release de estreia, Quite Like You, chegará na metade de agosto, assinado por Valdovinos, um argentino que já tem uma carreira bem interessante dentro da música. Como chegaram até ele e o que podemos esperar deste release? Algum outro lançamento já confirmado?
O Rodrigo foi um dos artistas que nos deu ótimo feedback ao lançamento do Awka pela Akbal Music. Desde então ele se mostrou super solícito e muito atencioso. Na escolha do nosso primeiro artista ficou claro que ele seria a melhor opção e, para nossa felicidade, sua resposta positiva foi imediata.
Estamos falando de uma artista muito dedicado e comprometido com sua carreira, algo que naturalmente cria uma certa admiração. Nesse EP, em especial, ele trouxe uma música bem sutil e outra dancefloor oriented, se adequando perfeitamente ao que estávamos buscando.
Sobre os próximos lançamentos o que podemos adiantar é que vem um EP nosso com remix do Slow Hearts e ainda temos mais três artistas confirmados.
E como vocês enxergam esse nicho musical aqui no Brasil? O Deep House ainda é um estilo que tem muito para ser explorado?
Apesar de termos ótimos artistas nacionais ainda sentimos que há muito espaço para crescer e é aí que entramos com toda nossa força e dedicação contínua. Nossa meta é transformar a Words em algo notável em nível internacional.
A Words Not Enough não deve atuar apenas na indústria fonográfica, certo? Quais os outros planos que vocês pretendem colocar em prática?
Além dos nossos lançamentos gostaríamos de fomentar a cultura em vários outros âmbitos artísticos, tais como as artes visuais, com a participação do nosso querido designer Heitor Kimura. Estamos aguardando o fim da pandemia de COVID-19 para botarmos em prática nossas label parties e projetos sociais já engatilhados da gravadora.
A música conecta.