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A música conecta

Tríade | As 3 referências centrais do EP Brisa Torta de ianni pela Nitecutz

Por Marllon Eduardo Gauche em Notes 25.11.2025

A Tríade surgiu com o intuito de ser um espaço de observação dos processos criativos que moldam a música eletrônica contemporânea. Aqui, mergulhamos nas camadas mais profundas da criação artística, convidando produtores a compartilhar as referências que alimentam sua criatividade. Após a primeira edição da Tríade com FORTUNATO e seu álbum Grave Matriz, continuamos pelos bastidores da criação musical, agora convidando ianni.

Nesta edição, exploramos Brisa Torta, o EP de estreia do produtor paulista pela Nitecutz. Longe dos padrões, ianni se revela um criativo inquieto, capaz de conectar diferentes gêneros e estilos num mesmo contexto. Suas quatro faixas desafiam o status quo, transitando livremente entre breaks, bass, electro, deep, techno e house, sempre guiado pela criatividade e originalidade. Natural do caos de São Paulo, ianni constrói uma estética singular capaz de criar um som introspectivo e dançante, questionando fronteiras e reinventando possibilidades.

Com uma trajetória em constante ascensão e lançamentos por gravadoras como Nervous, Moon Harbour e No Context, ianni tem ganhado cada vez mais visibilidade na cena. Aproveitamos este bom momento do artista e o convidamos para a Tríade, onde ele compartilhar as influências que fazem parte de seu mais recente trabalho.

Wax – 30003b

Uma das referências para este EP foi a estética sonora dessa faixa icônica de techno. A ambientação da bateria, a filosofia do menos é mais, o jeito que o baixo “te engole” na pista de dança… é a “mãe” da crush reverie.

Desassociação & bad trip 

No segundo verão do amor, de 1988 à 1989, chegou o acid house e com ele o ácido, substância que, dependendo do seu estado e ânimo, te deixa numa bad trip sinistra. Esse foi o tema abordado na i wasn’t familiar with papers, paper = lsd = acid. O vocal fala de conseguir ácido quando quiser e a chamada do drop falando “bad trip” = brisa torta.

Como somos reféns da tecnologia

Na última faixa, a inocência do macaquinho do whatsapp jr (figurinha famosa no whatsapp) traz à tona a reflexão de como somos dependentes e viciados no telefone. O arranjo caótico desse som é inteiramente projetado para se sentir confuso e a todo tempo spammado com uma porrada de informações, cheio de perguntas e respostas através de timbres pontiagudos e alguns até “engraçadinhos” pra simular como é um simples tempo de tela no celular bipando sem parar com um zilhão de coisas. 

A metáfora é mostrar que a cada segundo que passa o celular imerge você mais e mais naquela tela até que você perceba que passou três horas rolando vídeos curtos e que aquilo tá te consumindo de uma maneira onde você não consegue mais sair. Então, chega o momento final da track, onde entra o novo timbre de sintetizador que mesmo seguindo as mesmas notas do baixo da track toda, chega com um ar de “boss final” tenebroso pra fazer você cair na real.

A MÚSICA CONECTA 2012 2025