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A música conecta

Alataj entrevista AJ Christou

Por Manoel Cirilo em Entrevistas 12.06.2019

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A Inglaterra é um país bastante peculiar quando se trata de artes e cultura pela capacidade inata que os artistas de lá possuem de imprimir identidade em seus trabalhos e ir na contramão do que é ditado para seguir seus próprios instintos. É de lá que vem nosso próximo entrevistado, AJ Christou, um dos nomes mais empolgantes da escola house contemporânea.

Nascido na cidade de Manchester, AJ começou a discotecar aos 17 anos, embalando a pista do renomado clube Sankeys em sua cidade natal. Não demorou muito para sua habilidade no comando das cabines, combinada às referências culturais de seu som, vindas de sua descendência grega, chamar a atenção da indústria e colocar seu nome no mapa.

O talento de AJ em frente às pistas invade também o estúdio, o garantiu a ele entrar para o seleto time da Cuttin’ Headz, gravadora comandada pelo duo The Martinez Brothers. Desde 2015, ele também gerencia sua própria label, a Celesta Recordings, que já recebeu nomes como Luciano e Ricardo Villalobos. Recentemente, AJ Christou lançou um EP pela Rawthentic, que acabou inspirando o bate-papo abaixo:

+++ O som envolvente do The Martinez Brothers!

Alataj: Olá, AJ! Como você está? Obrigado por falar conosco. Percebo que suas produções possuem uma atmosfera bem voltada ao dance floor. É possível dizer que fazer as pessoas dançarem é sua principal motivação no estúdio?

AJ: Olá pessoal, obrigado por me receber! Você sempre quer fazer as pessoas dançarem, certo? [risos] Mas sim, quando estou produzindo uma faixa, normalmente tenho um cenário em mente, por exemplo, a vejo sendo tocada em um festival ou em uma praia, etc.

Ao longo da sua carreira, nomes como The Martinez Brothers e Seth Troxler apoiaram algumas de suas músicas em momentos importantes. O que exatamente o suporte de grandes DJs representa pra você?

É uma loucura, esses são os caras que eu admirei por muito tempo e vê-los apoiando a minha música faz com que todas as longas e infinitas horas no estúdio valham a pena.

Sabemos do histórico de Manchester na música eletrônica, especialmente por todo legado deixado pelo The Haçienda. Olhando de forma mais profunda para o cenário local, quais foram e quais são os principais destaques na sua opinião?

Manchester tem uma história incrível na música. Para mim, particularmente, como raver e DJ, Sankeys foi o destaque, na sua época foi um dos melhores clubes. A energia era insana e os DJs eram sempre os melhores. Você realmente podia confiar no clube, mesmo se não conhecesse os DJs, você podia confiar que eles tocariam músicas incríveis.

Rawthentic, Leftroom Records e Robsoul são alguns dos labels que já forneceram grande suporte as suas produções. Como você avalia a importância das gravadoras em sua jornada de evolução na música eletrônica? Atualmente, há algum selo que possua uma espécie de prioridade para as suas criações?

É muito importante ir atrás de selos que deixam você ser você mesmo como produtor, ao invés de apenas se comprometer com a marca. Geralmente produzo alguma coisa, penso onde poderia colocar e envio com base nisso.

Seu trabalho junto a Celesta Recordings tem sido algo bastante impressionante, especialmente pelos nomes que tem trabalhado com a gravadora nos últimos anos. Na sua visão, quais foram os principais diferenciais que contribuíram para o rápido crescimento da Celesta na cena underground?

Apenas entendi onde queria chegar com o selo. A visão tem sido a mesma de quando comecei, acho que isso é fundamental. Quando você realmente entende onde você quer chegar, você consegue se concentrar apenas no caminho.

Brain Cells, seu último release, traz uma abordagem inteligente e fora da curva com foco no tech house. O que você pode nos contar sobre suas inspirações e o processo criativo do EP?

A primeira faixa que produzi nesse EP foi Gucci Left, após terminá-la enviei para alguns DJs como promo e vi The Martinez Brothers tocando no Kappa Festival. Então criei um kit de bateria com todos os sons que usei na faixa, o que me levou a fazer as outras três faixas do EP.

Colômbia, Panamá e Equador estavam na rota de sua última tour pela América do Sul. O que você preparou de especial para essas gigs? A ideia era seguir algo mais houseado ou puxado para o techno? Você costuma pensar nesse tipo de abordagem antes das turnês?

Sim, com certeza. Tenho uma grande variedade de músicas, amo todas, mas estava mais para a abordagem house/tribal nessas gigs. No entanto, gosto de sentir a energia do clube e se acho que eles querem techno, então essa é a rota que eu vou.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Tudo. Por causa da música eu posso viajar o mundo e me expressar de verdade, não há nada como isso.

A música conecta.

+++ Fabric London, um ícone da cena eletrônica inglesa.

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