Aqueles que acompanham a carreira de Soldera há mais tempo certamente notaram uma transformação na sonoridade do artista — transformação essa que veio acompanhada de muitas conquistas relevantes. Em novembro do ano passado, ele lançou uma Ngoma, collab com Mehen assinada pela Siamese, label do Adriatique. Logo depois, foi o responsável por fazer o warm up para &ME e Adam Port na passagem da crew do Keinemusik pelo Rio de Janeiro, apresentação devidamente registrada em um audiovisual que já está na casa dos 150 mil views no Youtube.
Embora já tivesse experimentado traços mais orgânicos e influências do Afro House no passado, foi após a pandemia que ele encontrou uma conexão profunda com a música ao começar produzir dentro dessa estética — inclusive, falamos sobre esse “reposicionamento” neste conteúdo de 2021, quando lançou sua primeira track que pode realmente ser categorizada como Afro House. Esse trabalho foi o ponto de partida para uma série de produções que redefiniriam sua carreira nos anos seguintes.
Sudam, Black Belt, Aluku Records, Sneja Recordings, Dawn Patrol, MoBlack, Beeside Records e Be Yourself Music foram mais algumas gravadoras relevantes que receberam suas produções de Afro House, nos últimos anos, um trabalho consistente que o posicionou como o brasileiro mais bem rankeado na sessão de Afro House no Beatport. Com isso, os suportes de grandes estrelas como Black Coffee e Keinemusik também se tornaram recorrentes.
Para ele, 2024 foi o melhor ano de sua carreira até aqui, mas parece que o roteiro de 2025 não será muito diferente. Isso porque só em janeiro dois novos trabalhos foram lançados: Mãe da Terra, uma collab com Natema e Estevão Félix, e o EP Dekh Piya, marcando seu retorno à Beeside Records. O artista também foi anunciado recentemente como o novo DJ residente do Club88, de Eli Iwasa, e agora está perto de completar 20 anos de contribuição à cena musical.
Mas é importante dizer que nada disso aconteceu de uma hora pra outra. Ativo como DJ desde 2006, Soldera inicialmente ficou conhecido por sua identidade em torno do Deep House, ajudando o estilo a ganhar força no Brasil. Nessa época, foi DJ residente do Anzu Club e peça fundamental para levar a marca até a 19ª posição no Top 100 clubs da DJ Mag, em 2014. Também criou a festa Pistinha e começou a rodar o Brasil nos grandes clubs e festivais do país, ganhando força dentro do cenário do Tech House, sempre transitando bastante entre estilos e mantendo o foco nas melodias.
Agora, Soldera está pronto para fazer história novamente, desta vez com todos os seus esforços voltados ao Afro House. Sem dúvidas coisas especiais ainda estão por vir.